O cirurgião plástico Milton Seigi Hayashi explica que a cirurgia plástica é uma especialidade médica que alia ciência e arte, buscando harmonizar estética e funcionalidade. Embora os resultados costumem ser satisfatórios, é importante reconhecer que, em alguns casos, pode ser necessário realizar revisões cirúrgicas para corrigir imperfeições, ajustar detalhes ou melhorar o resultado final.
Essas revisões não significam, necessariamente, falhas do procedimento inicial. Elas fazem parte do processo de aperfeiçoamento, que depende de fatores como a resposta individual do organismo, os cuidados no pós-operatório e até mesmo a evolução natural da cicatrização. Segundo o especialista, compreender as causas mais comuns das revisões é essencial para alinhar expectativas e promover uma recuperação segura e bem-sucedida.
O que é uma revisão cirúrgica e por que ela pode ser necessária?
A revisão cirúrgica é um procedimento complementar, realizado após uma cirurgia plástica anterior, visando corrigir pequenas assimetrias, irregularidades ou alterações estéticas que possam surgir com o tempo. Em muitos casos, o tecido humano se comporta de maneira imprevisível, o que pode comprometer parte do resultado planejado. Por exemplo, uma cicatriz pode evoluir de forma hipertrófica, uma mama pode apresentar discreta diferença de volume ou um enxerto de gordura pode ser parcialmente reabsorvido.

Situações como essas são comuns e podem ser ajustadas com segurança por meio de uma nova intervenção. Milton Seigi Hayashi ressalta que o sucesso da cirurgia não depende apenas da técnica empregada, mas também da forma como o corpo responde ao trauma cirúrgico e da adesão do paciente às orientações médicas durante o pós-operatório.
Quais fatores anatômicos podem levar à necessidade de revisão?
Cada corpo é único, e as características anatômicas individuais influenciam diretamente o resultado de uma cirurgia plástica. A espessura da pele, a qualidade dos tecidos, a elasticidade e o padrão de cicatrização variam de pessoa para pessoa. Esses fatores, quando combinados, podem interferir no resultado, mesmo que a técnica cirúrgica tenha sido executada de forma impecável.
Em cirurgias como a abdominoplastia, por exemplo, o acúmulo de líquidos (seroma) pode alterar o contorno desejado. Em rinoplastias, pequenas irregularidades no dorso nasal podem surgir durante o processo de cicatrização. Já em procedimentos mamários, a retração de cicatriz ou a resposta dos tecidos à prótese pode gerar assimetrias sutis. Como reforça Hayashi, o olhar técnico e a experiência do cirurgião são determinantes para identificar o momento e a necessidade de uma revisão.
Quais aspectos técnicos podem gerar revisões cirúrgicas?
Apesar da alta precisão das técnicas atuais, a cirurgia plástica continua sendo um procedimento artesanal. Pequenas variações durante a execução, como diferenças milimétricas na simetria ou na tensão dos tecidos, podem impactar o resultado final. Além disso, fatores externos, como a qualidade dos materiais utilizados e a resposta do corpo a próteses ou enxertos, também influenciam o desfecho.
Em alguns casos, a própria evolução da medicina traz inovações que permitem aprimorar resultados de cirurgias realizadas anteriormente. Por isso, a revisão deve ser vista como uma oportunidade de aperfeiçoamento, e não como um fracasso. Para Hayashi, o importante é que o paciente seja acompanhado por um profissional qualificado e que mantenha uma comunicação aberta e transparente durante todo o processo.
Como reduzir o risco de revisões cirúrgicas?
Embora nem todas as revisões possam ser evitadas, há medidas que reduzem significativamente sua necessidade. Escolher um profissional experiente, seguir as recomendações médicas com rigor e manter hábitos saudáveis são atitudes fundamentais. Antes da cirurgia, é importante alinhar expectativas e compreender as limitações anatômicas de cada procedimento. Nenhuma técnica consegue eliminar completamente as imperfeições, mas o planejamento adequado aumenta as chances de satisfação.
A atuação criteriosa do cirurgião plástico Milton Seigi Hayashi exemplifica a importância do acompanhamento detalhado e da transparência na relação médico-paciente. Com planejamento, cuidado e responsabilidade, é possível minimizar a necessidade de revisões e garantir que a cirurgia plástica cumpra seu verdadeiro propósito: promover bem-estar, autoestima e equilíbrio estético.
Autor: Nikolay Sokolov