O advogado Márcio Coutinho frisa que os fiscais de partido desempenham um papel essencial no processo eleitoral brasileiro, atuando como representantes das legendas na fiscalização dos atos de votação e apuração. Sua presença contribui para assegurar a lisura do pleito, oferecendo maior transparência e confiança ao processo democrático, além de proteger os interesses de seus partidos ou coligações, reforçando a integridade das eleições como pilar fundamental da democracia.
Quem pode atuar como fiscal de partido?
A legislação eleitoral estabelece critérios sobre quem pode exercer a função de fiscal. Segundo o advogado, qualquer eleitor, devidamente nomeado pelo partido ou coligação, pode assumir essa função, desde que esteja em pleno gozo de seus direitos políticos. Não há exigência de filiação partidária, mas os partidos geralmente selecionam pessoas de confiança, muitas vezes membros ativos ou simpatizantes, para garantir que seus interesses sejam bem representados em cada local de votação.
Ele observa que é permitido aos partidos nomear até dois fiscais por seção eleitoral, embora apenas um possa permanecer presente no recinto de votação ao mesmo tempo. Para Márcio Coutinho, essa limitação busca evitar tumultos e assegurar a tranquilidade do ambiente de votação, equilibrando o direito de fiscalização com a necessidade de manter a ordem no local. Ademais, o advogado esclarece que o fiscal precisa portar credencial expedida pelo partido ou coligação para ter acesso às seções.
Direitos assegurados aos fiscais durante a votação
Além de representar o partido, os fiscais possuem direitos específicos garantidos pela legislação. O advogado Márcio Coutinho explica que eles podem acompanhar todas as etapas do processo eleitoral, incluindo a conferência das urnas antes da votação, a verificação do lacre das urnas eletrônicas e a impressão da zerésima, documento que comprova que nenhum voto foi registrado antes do início da votação.

Outro direito fundamental é o de permanecer próximo à mesa receptora para observar o desenvolvimento da votação, sempre respeitando o sigilo do voto e a privacidade dos eleitores. Márcio Coutinho esclarece que, caso identifiquem irregularidades, os fiscais têm o direito de registrar ocorrências em ata, o que pode ser utilizado posteriormente em recursos ou ações judiciais, fortalecendo o controle de legalidade do pleito.
Limites de atuação e deveres legais
Embora contem com prerrogativas relevantes, os fiscais também estão sujeitos a diversos limites e deveres legais. O advogado alerta que é proibido aos fiscais qualquer tipo de abordagem ao eleitor que configure pedido de voto, tentativa de persuasão ou coação, bem como portar material de propaganda dentro das seções eleitorais. A atuação deve ser restrita à observação técnica do processo, sem interferir ou tumultuar os trabalhos dos mesários ou da Justiça Eleitoral.
Márcio Coutinho destaca que a violação dessas normas pode acarretar consequências imediatas, como a retirada do fiscal do local de votação, além de possíveis sanções cíveis ou penais, dependendo da gravidade dos atos praticados. Por isso, ele considera essencial que partidos promovam treinamento adequado de seus fiscais, orientando-os quanto à legislação e ao comportamento esperado, para evitar conflitos e assegurar que exerçam sua função de forma legítima e eficaz.
Importância dos fiscais na democracia
O papel dos fiscais vai muito além de sua presença física nos locais de votação. Para o advogado, eles representam um importante instrumento de controle social sobre o processo eleitoral, contribuindo para garantir eleições justas, livres e transparentes. Sua atuação ajuda a prevenir fraudes, corrigir irregularidades e assegurar que a vontade do eleitorado seja respeitada, promovendo confiança tanto dos partidos quanto da sociedade civil na Justiça Eleitoral.
Márcio Coutinho acredita que o fortalecimento do trabalho dos fiscais passa não apenas pelo domínio técnico das normas, mas também por atitudes éticas e responsáveis. Ele conclui que investir na capacitação desses agentes é garantir eleições mais limpas, seguras e legítimas, onde a soberania popular seja preservada em todos os aspectos. Para o advogado, essa presença vigilante reforça a democracia e assegura que cada voto seja respeitado e devidamente contabilizado.
Autor: Nikolay Sokolov